Hoje passei na tua rua, na tua porta. Queria-te ver, por uma última vez, despedir-me sem chorar. Havia passado algum tempo. Para mim, foram horas, mas na realidade não tinha passado mais de cinco segundos. Olhei à volta, estava mesmo na esperança de te rever. Foi como se o céu tivesse caído todo em cima de mim. Tu realmente não ias aparecer, não me iria despedir. Voltei a passar, olhei à volta mais umas duas vezes. Como era possível? Tu não estavas lá.
Parti, um misto de revolta com tristeza, uma saudade sem chama nem fonte onde se alimentar, uma amargura de que nunca mais te iria ver, era um facto, não havia forma de o mudar. Engoli em seco e parti. Espalhei as minhas lágrimas por todo o sítio em que estive, na esperança de lá passares e sentires o húmido da minha prece...
Rasguei as páginas do meu diário, todas falavam só de ti. Tive para comigo que nunca mais, mesmo, ia-te ver. Foi aí que aprendi a deixar de amar, nunca enfrentara algo tão tenebroso, juro.
Soltei então todas as palavras no vento frio que soprava. Embora todo aquele esforço que eu ali estava a exercer para tentar apagar-te e deixar-te fluir no ar, eu não conseguia suportar a dor que tinha no meu coração. Recordava todas as promessas que havíamos feito, o sempre que queríamos construir, todas as vezes que os nossos lábios já haviam trocado segredos e que tinha sentido todo o perfume da tua pele.
Soltei então todas as palavras no vento frio que soprava. Embora todo aquele esforço que eu ali estava a exercer para tentar apagar-te e deixar-te fluir no ar, eu não conseguia suportar a dor que tinha no meu coração. Recordava todas as promessas que havíamos feito, o sempre que queríamos construir, todas as vezes que os nossos lábios já haviam trocado segredos e que tinha sentido todo o perfume da tua pele.
Fui corajoso, admiro-me como. Soltei os restantes pedaços de ti ao vento e ao mar. Tentei sorrir e consegui: afinal não era assim tão difícil.
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