
Devo relembrar o leitor que vivo intimamente as emoções e que, ao longo destes assimétricos dias terrenos, tenho experimentado diversas. Relato agora algo que já devia ter feito, aliás, porque espalhar estas palavras faz bem a qualquer lunático como eu.
Recordo esse dia com alguma nostalgia, das longas horas em que passava a repousar e a sentir sal da água do mar nos meus carnudos lábios, aguardando a hora em que o relógio ditava o fim da minha adolescência. Como já disse, recordo-a, à minha adolescência, com enorme saudade, pois era tão simples resolver os problemas nessa altura. Deparei-me com ela, a dita cuja que seria motivo do meu coração se acelerar gradualmente, durante uns tempos. Captei logo o seu olhar, visto que é a primeira característica que reparo em alguém. Dizem que os olhos mostram bastante sobre uma pessoa e eu concordo. Admito que os seus olhos não eram algo de se louvar aos céus. Eram normais, um castanho puro, porém com um brilho característico, que ainda não percebi porque sou o único que o vê. Fazia-se acompanhar de uns cabelos de ouro, relativamente perfeitos. Por momentos, regressei ao passado, onde havia estudado Camões. Comparei-a com a musa que o grande Poeta referia. Sim, se calhar era nela que ele se inspirava para escrever. Brincalhão como sou, resolvi tentar falar com A. (designar-lhe-ei por esta letra). Ela sorriu em troca.
Faço agora uma elipse para não aborrecer o leitor.
Viajamos juntos, anos depois, até Paris. Confesso que odiava a cidade em si, apreciava cidades diferentes, que não tivessem uma conotação mundial como Paris tinha. No entanto, o que um homem faz para agradar uma mulher! Devo salientar que apenas nos tínhamos tornado amigos, todavia eu já estava rendido aos seus encantos há bastante tempo.
As luzes da noite parisiense incentivavam a um beijo que demorava a acontecer. Ela sorria para as fotografias que eu tirava com a minha Nikon. O seu sorriso, enfatizando, era simplesmente perfeito. A minha respiração aumentou, progressivamente. Olhei-a nos olhos e perdi o sorriso que sempre tinha. Fechei as pálpebras e aproximei-me. Não passava que ia retribuir, mas sim, os seus lábios envolveram-se nos meus. Voltamos para o hotel e mais um cavalheiro não conta.
Recordo esse dia com alguma nostalgia, das longas horas em que passava a repousar e a sentir sal da água do mar nos meus carnudos lábios, aguardando a hora em que o relógio ditava o fim da minha adolescência. Como já disse, recordo-a, à minha adolescência, com enorme saudade, pois era tão simples resolver os problemas nessa altura. Deparei-me com ela, a dita cuja que seria motivo do meu coração se acelerar gradualmente, durante uns tempos. Captei logo o seu olhar, visto que é a primeira característica que reparo em alguém. Dizem que os olhos mostram bastante sobre uma pessoa e eu concordo. Admito que os seus olhos não eram algo de se louvar aos céus. Eram normais, um castanho puro, porém com um brilho característico, que ainda não percebi porque sou o único que o vê. Fazia-se acompanhar de uns cabelos de ouro, relativamente perfeitos. Por momentos, regressei ao passado, onde havia estudado Camões. Comparei-a com a musa que o grande Poeta referia. Sim, se calhar era nela que ele se inspirava para escrever. Brincalhão como sou, resolvi tentar falar com A. (designar-lhe-ei por esta letra). Ela sorriu em troca.
Faço agora uma elipse para não aborrecer o leitor.
Viajamos juntos, anos depois, até Paris. Confesso que odiava a cidade em si, apreciava cidades diferentes, que não tivessem uma conotação mundial como Paris tinha. No entanto, o que um homem faz para agradar uma mulher! Devo salientar que apenas nos tínhamos tornado amigos, todavia eu já estava rendido aos seus encantos há bastante tempo.
As luzes da noite parisiense incentivavam a um beijo que demorava a acontecer. Ela sorria para as fotografias que eu tirava com a minha Nikon. O seu sorriso, enfatizando, era simplesmente perfeito. A minha respiração aumentou, progressivamente. Olhei-a nos olhos e perdi o sorriso que sempre tinha. Fechei as pálpebras e aproximei-me. Não passava que ia retribuir, mas sim, os seus lábios envolveram-se nos meus. Voltamos para o hotel e mais um cavalheiro não conta.
Acordei após o sol iniciar a sua Diáspora habitual e percebi que a sua radiação era intensa. Olhei para o lado, não porque não me lembrava de onde estava, mas sim para verificar se tudo tinha sido real. Sim, ela estava lá. Aproximei lentamente a minha cara sardenta da sua e notei o contraste da sua perfeição com a minha insanidade carnal. Pela primeira vez, pensei como teria ela se apaixonado por mim. Chamei o seu nome, quase em surdina, perto do seu ouvido. Ela sorriu, se calhar com a mesma sensação que eu tive quando acordei.
Os dias que se passaram foram de um notável êxtase. Parecia que ambos vivíamos um sonho de adolescentes, embora já o tivéssemos deixado de ser há muito. Calculei que era, a partir de agora, odiado, pois era fácil ouvir os céus chorarem de terem perdido mais um anjo, desta vez para mim. O relógio continuava a andar, como sempre, marcando os anos que passámos juntos. Até que a determinada altura recebo um telefonema de A. Já alguns dias que andava estranha. Sem algum tipo de rodeios, A. dirigiu-se ao assunto que pretendia. Ouvi uma lágrima a cair no chão de mármore da sua casa. Recordo, perfeitamente, as palavras que escutei naquele dia. Por entre uma trémula voz, disse ‘’Para o nosso bem, é melhor acabarmos. Amo-te até ao fim. ‘’.
É incrível como ainda não aguento lembrar isto sem derramar pelo menos uma dezena de lágrimas. Naquele momento, confesso ter sido um perfeito idiota e talvez por isso mereça tal castigo, por não ter lutado pelo amor de A.
Dias depois, vim a saber que A. morrera de cancro e que tudo que havia feito fora para meu próprio bem. Senti-me inútil, mais do que isso, senti-me uma abominação, um ser nojento. É óbvio que não tive a coragem de ir ao seu funeral, no entanto, passo diversas vezes no cemitério e peço diversas vezes perdão. (bem sei que é estranho tudo que relatei, contudo tento fazer que o leitor entenda bem que mensagem quero passar, embora não a vá enunciar.) Passo, desde então, o dia a andar pelas ruas da cidade, chamando por seu nome, enquanto componho mentalmente estas palavras na esperança que, pelo menos, as gárgulas as ouçam. Sem mais que fazer e, sem algum eufemismo, aguardo a morte. Enquanto isso, vagueio pelas ruas da cidade onde fui feliz com A.
Dias depois, vim a saber que A. morrera de cancro e que tudo que havia feito fora para meu próprio bem. Senti-me inútil, mais do que isso, senti-me uma abominação, um ser nojento. É óbvio que não tive a coragem de ir ao seu funeral, no entanto, passo diversas vezes no cemitério e peço diversas vezes perdão. (bem sei que é estranho tudo que relatei, contudo tento fazer que o leitor entenda bem que mensagem quero passar, embora não a vá enunciar.) Passo, desde então, o dia a andar pelas ruas da cidade, chamando por seu nome, enquanto componho mentalmente estas palavras na esperança que, pelo menos, as gárgulas as ouçam. Sem mais que fazer e, sem algum eufemismo, aguardo a morte. Enquanto isso, vagueio pelas ruas da cidade onde fui feliz com A.
foste tu que escreveste?
ResponderExcluirsim. :)
Excluirpará de escrever bem sff kkkkkkk
ResponderExcluirok ok xd
ExcluirMuito bom :D
ResponderExcluirobrigado :)
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